Bom dia, Somziner! 🤘🌞
Chegamos então ao segundo semestre de 2024. Só nessa segunda-feira, já li alguns textos e tweets sobre o quanto essa metade final do ano reserva coisas boas, com mudanças, progresso e prosperidade. Não sei se, nesse momento, estou esperançoso, mas ao mesmo tempo estou com vontade de lutar pelo que quero para 2024.
Junho me tirou algumas coisas, mas me trouxe outras – e uma específica que está tomando meu coração aos poucos, no bom sentido. Meu objetivo em julho é regar essa horta toda, com rotina, atenção e carinho, e quem sabe os frutos apareçam. Mas vou tomar cuidado com os espinhos que possam surgir nesse cultivo.
Você já sabe quais coisas você quer regar nesse próximo semestre? 🌱
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Boa leitura! 🤘
📰 GIRO SOMZIN!
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COWBOY CARTER, de Beyoncé
Gênero: Country, Pop
Por Douglas Hinckel
Falar de Beyoncé nunca é uma tarefa fácil. Nunca mesmo. Já tive a oportunidade de deixar minhas impressões e palavras sobre o álbum Renaissance, de 2022. A dificuldade em falar sobre Beyoncé vem da responsabilidade de dizer tudo de importante sobre a obra prima que é cada trabalho que ela se propõe em fazer. São muitas pesquisas, testes, referências, homenagem, luta e pessoas envolvidas no projeto. E o resultado é um álbum muito bem feito.
Cowboy Carter, o novo álbum de Beyoncé, é um passeio pelas raízes da música americana, cheio de nuances e surpresas que mostram a versatilidade e genialidade dela. É o sétimo álbum de estúdio da carreira solo de Bey e serve como a sequência (Act II) do Renaissance.
Neste trabalho, estamos imersos nas tradições da música country e americana, recontextualizando-as para o presente. A produção do álbum é meticulosa, envolvendo um mergulho profundo na história musical e cultural dos Estados Unidos, especialmente no que tange às contribuições frequentemente esquecidas dos músicos negros nesse gênero.
A inspiração para Cowboy Carter veio de uma experiência de Beyoncé. Em 2016, ela se apresentou no Country Music Association Awards com a música "Daddy Lessons", do álbum Lemonade, ao lado do grupo The Chicks. A recepção foi fria e até abertamente racista. Essa experiência levou Beyoncé a explorar mais a fundo as raízes da música country, que, ironicamente, foram profundamente influenciadas por músicos negros. Cowboy Carter nasceu dessa exploração e do desejo de desafiar as limitações impostas a ela.
Embora não seja um álbum country no sentido tradicional, Cowboy Carter utiliza elementos desse gênero como base para experimentações. A produção é rica e variada, misturando influências de folk, rock, blues e muito mais. Cada faixa é uma homenagem ao legado dos músicos negros na construção do som americano.
Pra mim, uma das características mais marcantes do álbum é a presença da KNTRY Radio Texas, uma estação fictícia de rádio AM apresentada por ninguém menos que Willie Nelson, lenda da música country. Essa introdução estabelece o tom do álbum e recontextualiza a música de raízes para o momento contemporâneo, lembrando aos ouvintes que artistas negros foram fundamentais para esses gêneros desde o início.
O disco tem uma ambientação que te leva direto para os rodeios e a vida no campo. Cada música traz sons que fazem você imaginar as vastas planícies, a energia dos rodeios e a vida simples do interior. Você ouve cavalos galopando, portas de celeiros abrindo e o barulho das multidões animadas nos rodeios, tudo misturado nas músicas de forma natural. Ela captura a essência dos rodeios tanto nas letras, que contam histórias de coragem e tradição, quanto nos arranjos musicais
Beyoncé usa Cowboy Carter para celebrar e dar voz a outros artistas negros na música country. Faixas como "Blackbiird", uma reinterpretação da clássica "Blackbird" dos Beatles, trazem colaborações com artistas como Brittney Spencer, Reyna Roberts e Tanner Adell. Essas colaborações são um lembrete de que o country é, e sempre foi, uma tapeçaria multicultural.
Faixas como "Daughter" e "Ya Ya" são exemplos de sua habilidade em misturar tradições musicais com sua própria assinatura. A produção é luxuosa, com instrumentos ao vivo que conferem uma sensação orgânica e autêntica ao projeto.
O álbum também se destaca pelo uso criativo de samples e interpolações, homenageando artistas lendários como Dolly Parton, Chuck Berry e Nancy Sinatra, enquanto reinventa seus sons para um público contemporâneo. Tudo isso serviu como uma ponte entre diferentes eras e estilos musicais, mostrando o profundo respeito de Beyoncé pela história da música americana.
Beyoncé não tem medo de abordar temas pesados, como o racismo e a exclusão, enquanto ao mesmo tempo oferece faixas que são pura diversão e celebração. Há uma melancolia em muitas das músicas, refletindo a solidão e a luta, mas também uma teatralidade que torna o álbum uma experiência ótima.
Cowboy Carter é uma obra-prima que desafia as convenções e redefine o que a música americana pode ser, além de ser um manifesto a reinvindicação e lembrança de toda a construção de um gênero hoje de dominância branca. Beyoncé mais uma vez prova que não há limites para sua criatividade e talento. Este álbum é um tributo não apenas às suas raízes texanas, mas também às contribuições inestimáveis dos músicos negros que ajudaram a moldá-la.
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Mãe, posso ouvir a canção de ninar?
Por Eduardo Victor Souza
Além de toda a sua temática irreverente, Cowboy Carter não se limita às referências de rodeios, à cultura norte-americana e a todos os outros símbolos que condecoram o estilo de vida de Beyoncé nas narrativas. Em “Protector”, uma das minhas faixas favoritas do álbum, vemos uma camada mais íntima, doce e madura da cantora.
Tudo começa com a voz de uma criança pedindo para que sua mãe cante a sua canção de ninar. É Rumi Carter, filha de seis anos da cantora. Ao longo da composição, Beyoncé faz uma celebração da vida de seus filhos, desde a gestação, o crescimento e a natureza cíclica da parentalidade. Ela brinca com os termos “protetora” e “projetora”, onde primeiramente é uma guardiã, uma mãe que ajuda a guiar e iluminar os caminhos dos filhos. Mas depois, quando o crescimento traz uma forma mais agridoce e independente, Beyoncé se torna uma projetora, pois sabe que eles precisarão brilhar por si próprios. E o que um projetor faz? Ajuda a aprimorar uma imagem de forma em que sua qualidade bruta possa ser vista com mais detalhes.
Simples, direta, mas repleta de autoconhecimento, reflexão e amor. “Protector” transborda os atributos maternos de Beyoncé e me toca de uma maneira muito sensível. Posso fazer uma projeção e sentir minha mãe dedicando esses versos pra mim. Te amo, mãe.
Ah, curiosidade rápida: quando o Cowboy Carter foi lançado, “Protector” estreou em 42º lugar na Billboard Hot 100. E como Rumi Carter foi creditada na música, ela se tornou a artista feminina mais jovem a aparecer na Hot 100. Antes o recorde era de Blue Ivy (sim, também filha de Bey!) quando tinha 7 anos, com “Brown Skin Girl”.
✨ NEWS DAS SEMANA
Últimos lançamentos que quero indicar a você ou que ainda não consegui conferir mas estou ansioso para escutar durante o trabalho 🎧
ÁLBUNS:
📀 Omar Apollo - God Said No
📀 Imagine Dragons - LOOM
SINGLES:
🎼 Tinashe - Getting No Sleep
🎼 Sevdaliza - Alibi (w/ Pabllo Vittar & Yseult)
🎼 Clairo - Nomad
Por hoje é isso, pessoal! ☕
Espero que essa semana seja muito boa para você, que você se anime com as indicações da SOMZIN #43!
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Um bom dia, uma boa semana e até a próxima!
Abraço e dá play aí! 🤘
Maravilhoso aprofundamento! Adorei! <3